
Será que sabemos o que é?
Às vezes sabemos e não praticamos, mas quando o fazemos logo sentimos.
De nada adianta dizer “se perdoa alguém” se não houver uma interiorização desta atitude.
Disse um paciente certa vez: “Dra, eu já perdoei aquele desgraçado”.
O ato de perdoar é uma decisão consciente, pode levar meses e até anos, dependendo da situação.
Como começa?
O processo inicia com a decisão e a vontade de perdoar, falando da “boca para fora”: eu quero perdoar, eu preciso perdoar e eu estou perdoando… até que num determinado momento o alívio acontece e a emoção negativa é liberada.
A empatia (colocar-se no lugar do outro), tentar entender o porquê e o contexto da ofensa, são situações que facilitam o perdão.
Perdoar não é esquecer, disse o Dr. Evertt (USA), no simpósio de Terapia Familiar no Rio de Janeiro, em outubro de 2012, onde discutimos dois dias a arte de perdoar. Mas, ao lembrar da ofensa não sentir mais dor, isso é sinal que o perdão aconteceu.
Perdoar não é tolerar e aceitar que a ofensa ou o erro se repita pela mesma pessoa, em seguida, ou até constantemente. Exemplo: cônjuge enganou outro cônjuge mentindo sobre uma negociação. Passado um mês, mente novamente sobre outra situação também envolvendo negócios. Não é possível “perdoar sempre”, por que assim se está permitindo que o erro perpetue. Afinal, defender-se é uma questão de amor próprio e faz bem à saúde.
A leveza, o bem-estar e a saúde que se ganha ao perdoar é algo inevitável e inerente ao perdão.
É um passo em direção a felicidade, que não precisa necessariamente que o outro se arrependa, ou que peça perdão. No perdão, o bem maior é para nós mesmos.
Perdão: palavra de força imensa, necessário em qualquer relacionamento e só entendida e sentida se você se permitir.
“Abençoa a quem recebe e a quem perdoa”, já dizia Willian Shakespeare.
Beijos,
Gi